Unir o ambiental com o social é um dos propósitos da E-ambiental, empresa especializada na tecnologia reversa de resíduos que atua há mais de seis anos na Zona da Mata Mineira, sendo a única a oferecer o serviço de reciclagem de eletrônicos em Juiz de Fora. Já tem três anos que a empresa realiza um trabalho de educação ambiental em escolas públicas e privadas da cidade.
As atividades nas instituições de ensino funcionam como gincanas. Nelas, os colégios disputam entre si, e quem coletar o maior número de lixo eletrônico ganha uma sala de computador ou um valor em dinheiro. O computador é reciclado pela empresa, que monta aparelhos novos com peças que não estavam obsoletas. Segundo o proprietário da E-ambiental, Thiago Cunha, 95% dos materiais que chegam ao galpão não têm como serem usados com a finalidade para a qual foram criados, no entanto, podem dar vida a novos materiais através da reciclagem.
Na primeira gincana, os alunos abraçaram a ideia, se engajaram e conseguiram arrecadar mais de dez toneladas de lixo eletrônico. Além da brincadeira, a equipe da E-ambiental também oferece palestras de conscientização sobre a importância da reciclagem para as crianças. “Acredito que a educação ambiental começa junto com as crianças. Se plantarmos uma semente nelas, o nosso futuro será melhor.”
A ideia de levar a educação ambiental para os alunos surgiu quando Thiago lembrou da época em que a Coca-Cola lançou uma campanha incentivando a reciclagem da latinha de alumínio. As escolas aderiram, e isso impactou o país, que hoje é o que mais recicla esse tipo de material no mundo, com cerca de 95% de coleta, embora tenha baixos índices de reciclagem em relação a outros resíduos. “Muitas vezes, a família não sabe o que fazer com um pilha, lâmpada, bateria ou celular, por exemplo, e os professores incentivam as crianças a repassarem essas informações e coletarem de casa. Isso mostra para os pais e para o colégio a importância de incentivar a nova geração”, afirma Thiago.
Para além do trabalho com escolas, a E-ambiental também incentiva a ressocialização de detentos no sistema prisional de Juiz de Fora há quatro anos. O grupo de detentos é contratado para fazer a triagem dos itens que chegam à empresa e, como contrapartida, recebe um terço do salário mínimo e, a cada três dias trabalhados, um é reduzido na pena. Mais de 400 pessoas já foram impactadas com o projeto, sendo alguns contratados ao final do processo.
“O índice de ressocialização no país é muito baixo, faltam políticas públicas e incentivos governamentais. Quando começamos, pouquíssimas empresas em Juiz de Fora empregavam detentos, existia um preconceito muito grande e ainda tem. Mas, depois que começamos, várias outras empresas viram que deu certo, dar uma oportunidade para mudar a vida deles, e esse movimento cresceu”, acredita Thiago.
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